Publicado em dom 05/07/06 como Contos
Geralmente o primeiro contato com uma raposa é inesperado. Ela atravessa o seu caminho tão repentinamente que te deixa confuso, e assim como ela aparece, ela desaparece, deixando apenas um ar de beleza e mistério.
Aproximar-se de uma raposa é um exercício de paciência, pois ela é tão desconfiada quanto é bela. É preciso cativá-la, dia após dia, passo a passo, e qualquer movimento brusco pode fazer com que ela nunca mais queria se aproximar de ti.
Uma vez cativada, a raposa dedica extrema confiança, lealdade e cuidado a quem a conquistou, porém eu recomendo não acreditar que este sentimento é inabalável.
Antes de ser rosa, ela é botão. Botões são fechados em si, escondendo do mundo exterior toda a sua beleza. Tocar um botão é perigoso por causa dos seus espinhos, além de se ferir, podes acabar ferindo o botão.
O botão deve ser cultivado até o momento em que ele se abre, revelando a mais bela das flores (prefiro orquídeas). É difícil não admirar a beleza de uma rosa, porém, como o botão, ela não deve ser tocada.
Ao tocar uma rosa, corre-se o risco de despedaçar suas pétalas, ou de ferir-se com seus espinhos. Muitos, motivados pelo desejo de ter uma rosa para si, chegam a cortá-la de sua roseira, arrancar todos os seus espinhos, e finalmente, mergulhá-la em água fria, levando-a a morte. Rosas só podem ser cultivadas, nunca cativadas.
Preciso sair mais, esta nostalgia está me matando…
PS: eu prefiro raposas!
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